Publicado em "O Blobo" de hoje em cinza com comentários em vermelho:
"Volta do Tempo
Ernesto Geisel era um general de pulso forte. Nascera para a política no movimento tenentista da década de 20 do século passado, participara da era Getúlio, durante a qual servira ao governo de intervenção na Paraíba, e estivera com Castello Branco em 1964. Ao lado dele caiu no ostracismo quando os "castelistas" perderam o enfrentamento com a "linha dura" do regime. Mas daria o troco na década de 70, como presidente, ao vencer os "porões" e aplainar o terreno para a redemocratização. Fez a abertura porque era tão ou mais autoritário e centralizador que todos, numa dessas contradições da História.
Até aí tudo normal.
E, com toda essa linhagem, Geisel é admirado por petistas. (?) Em abril do ano passado, o presidente Lula, na cerimônia do 35º aniversário da Embrapa, elogiou Geisel, e até mesmo Médici - quando a violência na repressão política chegou ao auge. Motivo: criaram a estatal de pesquisa e construíram Itaipu. Grandes obras públicas e estatais fazem parte do imaginário da esquerda de longa data. Mesmo que tenham sido obra de radicais inimigos. Em 2001, José Dirceu - então presidente licenciado do PT e a um ano de ajudar a conduzir a campanha vitoriosa de Lula -, numa palestra na Escola Superior de Guerra (ESG), também não poupou elogios a Geisel, devido à consolidação da industrialização e montagem de uma indústria de máquinas e equipamentos. Ter sido obrigado a exilar-se em Cuba em nada afetou a opinião de Dirceu.
Ninguém é totalmente ruim ou totalmente bom. Todas as críticas ao autoritarismo, mas que se reconheça os avanços passados. Lula é criticado porque acha que ninguém fez nada antes dele e é criticado quando reconhece boas ações de governos passados.
Pois é o resgate desse entendimento geiseliano do que é poder, governo e Brasil que fica cada vez mais presente no governo Lula, neste segundo mandato. A ingerência numa empresa privada, a Vale, para forçá-la a fazer investimentos como se estatal ainda fosse, deriva dessa ideologia. As críticas quando a Embraer, outra ex-estatal, afastou funcionários no estouro da crise mundial, são também um cacoete de mesma origem.
Os traços de um projeto estatista ao gosto de Geisel, e de parte dos militares daqueles tempos, estão, também, na proposta de exploração do pré-sal pelo sistema de partilha, com a Petrobras tendo o monopólio da operação nas áreas e um terço dos consórcios. O governo, tomado por uma visão nacionalista que sempre uniu direita e esquerda no Brasil pós-1930, expõe a Petrobras a um risco financeiro que já seria elevado para a Exxon, tudo com o objetivo de centralizar recursos e poder nas mãos do Estado, a fim de permitir a reedição de um programa de substituição de importações, agora de equipamentos e serviços na área de petróleo - como o governo Geisel fez em insumos básicos e bens de capital.
"Morte ao nacionalismo. Vale, Petrobrás e Embraer devem servir à iniciativa privada, e não ao interesse público"
Há, porém, duas importantes diferenças históricas: as economias brasileira e mundial estão em outro estágio, mais globalizadas e interdependentes. E Geisel teve quase durante todo o tempo de governo o AI-5 no coldre, ao alcance da mão. Era fácil ser autoritário e exercitar um planejamento no estilo soviético. Cabe lembrar, ainda, que o país saiu daquele período quebrado e com a inflação em alta."
Como assim "era mais fácil"? Então o objetivo de Lula é ser autoritário, mas hoje em dia é mais difícil?
E hoje estamos com a inflação controlada e dívida externa controlada. Mostra de que o que vivemos hoje NADA tem a ver com o período de Geisel ou Médici.
E o pior é que foi "O Blobo" apoiava os governos militares, época na qual virou esse império de comunicação e ganhou rios de dinheiro enquanto Lula e outros petistas lutavam pela redemocratização.
Lula ≠ Geisel
Organização Blobo = FOX
"Volta do Tempo
Ernesto Geisel era um general de pulso forte. Nascera para a política no movimento tenentista da década de 20 do século passado, participara da era Getúlio, durante a qual servira ao governo de intervenção na Paraíba, e estivera com Castello Branco em 1964. Ao lado dele caiu no ostracismo quando os "castelistas" perderam o enfrentamento com a "linha dura" do regime. Mas daria o troco na década de 70, como presidente, ao vencer os "porões" e aplainar o terreno para a redemocratização. Fez a abertura porque era tão ou mais autoritário e centralizador que todos, numa dessas contradições da História.
Até aí tudo normal.
E, com toda essa linhagem, Geisel é admirado por petistas. (?) Em abril do ano passado, o presidente Lula, na cerimônia do 35º aniversário da Embrapa, elogiou Geisel, e até mesmo Médici - quando a violência na repressão política chegou ao auge. Motivo: criaram a estatal de pesquisa e construíram Itaipu. Grandes obras públicas e estatais fazem parte do imaginário da esquerda de longa data. Mesmo que tenham sido obra de radicais inimigos. Em 2001, José Dirceu - então presidente licenciado do PT e a um ano de ajudar a conduzir a campanha vitoriosa de Lula -, numa palestra na Escola Superior de Guerra (ESG), também não poupou elogios a Geisel, devido à consolidação da industrialização e montagem de uma indústria de máquinas e equipamentos. Ter sido obrigado a exilar-se em Cuba em nada afetou a opinião de Dirceu.
Ninguém é totalmente ruim ou totalmente bom. Todas as críticas ao autoritarismo, mas que se reconheça os avanços passados. Lula é criticado porque acha que ninguém fez nada antes dele e é criticado quando reconhece boas ações de governos passados.
Pois é o resgate desse entendimento geiseliano do que é poder, governo e Brasil que fica cada vez mais presente no governo Lula, neste segundo mandato. A ingerência numa empresa privada, a Vale, para forçá-la a fazer investimentos como se estatal ainda fosse, deriva dessa ideologia. As críticas quando a Embraer, outra ex-estatal, afastou funcionários no estouro da crise mundial, são também um cacoete de mesma origem.
Os traços de um projeto estatista ao gosto de Geisel, e de parte dos militares daqueles tempos, estão, também, na proposta de exploração do pré-sal pelo sistema de partilha, com a Petrobras tendo o monopólio da operação nas áreas e um terço dos consórcios. O governo, tomado por uma visão nacionalista que sempre uniu direita e esquerda no Brasil pós-1930, expõe a Petrobras a um risco financeiro que já seria elevado para a Exxon, tudo com o objetivo de centralizar recursos e poder nas mãos do Estado, a fim de permitir a reedição de um programa de substituição de importações, agora de equipamentos e serviços na área de petróleo - como o governo Geisel fez em insumos básicos e bens de capital.
"Morte ao nacionalismo. Vale, Petrobrás e Embraer devem servir à iniciativa privada, e não ao interesse público"
Há, porém, duas importantes diferenças históricas: as economias brasileira e mundial estão em outro estágio, mais globalizadas e interdependentes. E Geisel teve quase durante todo o tempo de governo o AI-5 no coldre, ao alcance da mão. Era fácil ser autoritário e exercitar um planejamento no estilo soviético. Cabe lembrar, ainda, que o país saiu daquele período quebrado e com a inflação em alta."
Como assim "era mais fácil"? Então o objetivo de Lula é ser autoritário, mas hoje em dia é mais difícil?
E hoje estamos com a inflação controlada e dívida externa controlada. Mostra de que o que vivemos hoje NADA tem a ver com o período de Geisel ou Médici.
E o pior é que foi "O Blobo" apoiava os governos militares, época na qual virou esse império de comunicação e ganhou rios de dinheiro enquanto Lula e outros petistas lutavam pela redemocratização.
Lula ≠ Geisel
Organização Blobo = FOX
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